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Saiba tudo que está rolando no mercado de meios de pagamento

O mercado de meios de pagamento no Brasil passou por importantes transformações nas últimas décadas. Primeiro, houve uma grande migração para os cartões de crédito ao longo dos anos 1990. Aos poucos, os meios eletrônicos foram substituindo aqueles mais antigos e propensos a fraudes, como os cheques. 

De acordo com um estudo do Insper, a quantidade de transações com cheque caiu 55% entre 2008 e 2016. Enquanto que a com cartões aumentou 171%. Ao mesmo tempo, surgiram novos arranjos de pagamento, principalmente relacionados à criação de fintechs e ao comércio digital. 

Essa mudança no comportamento do mercado e dos consumidores provocou grandes transformações . Por isso, o Banco Central passou a agir para estimular a competitividade entre esses novos negócios do mercado financeiro e as instituições tradicionais, como bancos, adquirentes e bandeiras de cartões. 

Uma das ações, por exemplo, instituiu o fim da exclusividade entre bandeiras e maquininhas de cartão. Além disso, em 2013 foi lançado um novo marco regulatório, por meio da Lei nº 12.865/2013, que direcionou e regulou as operações das instituições de pagamento no Brasil.

Essas transformações ao longo dos anos culminaram também no lançamento do Pix, o novo meio de pagamento instantâneo, que já representa uma nova revolução no mercado financeiro, impactando outros segmentos, como as empresas de tecnologia. Por isso, reunimos neste artigo algumas informações relevantes para empreendedores que querem acompanhar essas tendências. Continue lendo e entenda!

O que são meios de pagamento?

Em primeiro lugar, é importante conceituar o que são meios de pagamento. De forma resumida, trata-se de maneiras de pagar e receber valores em transações financeiras. O dinheiro, em si, é um meio de pagamento, por exemplo.

Existem várias outras opções, como os cartões de crédito e débito, que dominam o mercado, e também as transferências bancárias (TED e DOC, por exemplo), cheque, boleto e débito em conta.

Além disso, em 2020 o Banco Central lançou o Pix, uma forma de transferência eletrônica que  está revolucionando o mercado por sua rapidez e economia. O Pix elimina a necessidade de intermediários para pagamentos em débito e funciona de maneira mais prática que as demais formas de transferência. 

Por isso, a grande aposta é que ele se torne uma forma de movimentar a economia e estimular a concorrência entre as empresas envolvidas no mercado de meios de pagamento

Como se estrutura o mercado de meios de pagamento?

Hoje em dia, o mercado de meios de pagamento possui uma estrutura complexa, com diferentes pontos envolvidos. Na base, estão os estabelecimentos comerciais e os consumidores. 

Mas a maior parte das transações passa também por instituições financeiras e de pagamento (que oferecem contas e cartões), adquirentes (responsáveis pelas maquininhas) e pelas bandeiras. Cada uma dessas empresas pratica suas próprias taxas e aumenta o custo das transferências para os empreendimentos.

Com as transformações que o segmento enfrentou nos últimos anos, várias fintechs passaram a atuar no mercado de meios de pagamento. Isso faz com que o mercado esteja bastante aquecido. Alguns dos principais players no setor incluem:

Bandeiras

As bandeiras do cartão detêm a tecnologia e o aparato de segurança necessários para administrar a relação entre os bancos e as adquirentes (maquininhas). São as marcas mais conhecidas e garantem a reputação das transações. Exemplos de bandeiras são Elo, Diners, MasterCard e Visa. 

Adquirentes

Já as adquirentes, também chamadas de credenciadoras, são as empresas que atuam no mercado de meios de pagamento com as máquinas de cartão, fazendo a mediação entre lojistas, bancos e bandeiras. São elas quem habilitam os pontos de venda, são responsáveis pela implantação da rede de captura e terminais e permitem a comunicação entre instituidor do arranjo (bandeiras, por exemplo), emissor e estabelecimento. Alguns exemplos incluem Cielo, Rede, Getnet, Stone, Sicredi e  Safra.  

Emissores

Os bancos, fintechs e outras instituições financeiras similares são chamados de emissores, pois oferecem as contas bancárias e/ou crédito através de instrumentos como cartões de débito e de crédito utilizados nas transações. Exemplos: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Nubank, Next e C6 Bank. 

Gateways 

Por fim, vale mencionar também os gateways, que funcionam de forma parecida com as máquinas de cartão, mas com foco nas vendas online. Assim, fazem a mediação entre clientes, lojas, bancos e bandeiras. 

Esse foi um dos mercados que mais cresceu nas últimas duas décadas no país, acompanhando o aumento das vendas em e-commerce. Seu surgimento se dá através de empresas que, aproveitando o seu volume de transações financeiras criam a sua própria instituição de pagamento

Alguns dos principais atores hoje no Brasil são: PayPal, PagSeguro, Mercado Pago e Moip. Além da oferta tradicional de processamento de transações, esses players passaram também a ofertar produtos financeiros adicionais, como conta digital e seguros.

Quais os principais desafios do mercado de meios de pagamento no Brasil hoje?

Com a chegada do Pix, muitas empresas no mercado de meios de pagamento tiveram que se adaptar. Por um lado a concorrência aumentou, por outro novos modelos de negócio passaram a se tornar possíveis no país. Uma dessas tendências inclui a geração de QR Codes Pix de forma nativa, possibilitando que seu PDV ganhe com as transações realizadas por seus clientes, assim como fazem as adquirentes.  

A Stone, por exemplo, que atua com máquinas de cartão, comprou recentemente a Linx, uma empresa de softwares de PDV, por mais de R$ 6 bilhões. Isso demonstra um interesse em dominar o mercado de varejo e garantir a rentabilidade com as transações, independentemente dos meios de pagamento utilizados.

Além disso, empresas do varejo, como Magalu, Americanas e Mercado Livre já possuem suas próprias subsidiárias de pagamento, como o Magalu Pay,  a Ame e o Mercado Pago.

São soluções inteligentes, que propiciam novas oportunidades no mercado de modo geral. Porém, é importante ficar atento. As grandes redes já estão fazendo esse movimento. Por isso, as empresas que quiserem se manter competitivas, precisam iniciar logo a sua transformação. 

Então continue acompanhando os nossos conteúdos e saiba como manter sua atualização sobre essas mudanças!