Pix Internacional: o que é e como tem funcionado?
O Pix tem sido considerado uma das grandes revoluções tecnológicas e financeiras dos últimos anos no Brasil e está em preparação para cruzar fronteiras geográficas. Entenda como vai funcionar o Pix Internacional.

O Pix transformou a maneira como os brasileiros fazem pagamentos. Mas e se fosse possível usar o Pix para compras no exterior? A promessa do Pix Internacional é exatamente essa: levar a agilidade e a facilidade do pagamento instantâneo para além das fronteiras do Brasil.
Embora não haja uma data de lançamento oficial, a expectativa é alta para um sistema que promete simplificar as transferências globais, eliminando burocracias e taxas elevadas.
Apesar de não ser o lançamento do Banco Central, uma parceria entre a fintech PagBrasil e a rede de maquininhas de pagamento Verifone já permite o pagamento por Pix em rede nos Estados Unidos desde julho deste ano!
Nas próximas linhas, você fica por dentro do que existe até agora sobre o Pix Internacional e o que esperar.
O que é o Pix Internacional?
O Pix Internacional é um dos lançamentos previstos para a tecnologia que vai permitir pagamentos e transações por brasileiros em outros países.
A ideia é que brasileiros, que já usam o Pix, tenham essa opção de meio de pagamento quando estiverem em viagens.
Então, se você estiver em outros países e precisar de ingressos para uma atração turística, por exemplo, poderia pagar com Pix.
Isso é uma grande oportunidade, uma vez que o mercado de viagens internacionais no Brasil tem aumentado. Segundo dados da Anac, o número de brasileiros viajando para outros países vem em uma crescente constante no pós-pandemia e já bate recordes.
Em 2024, a média passou de 1,9 milhão de passageiros em viagens internacionais por mês. Os destinos favoritos foram Estados Unidos, Argentina, Chile, Portugal, Espanha e França.
Como vai funcionar o Pix internacional?
Para o Pix Internacional funcionar, é preciso que os pontos de vendas em outros países tenham algum tipo de parceria e/ou relacionamento com instituições financeiras brasileiras e isso pode ser feito mediante algum parceiro de câmbio.
Dessa forma, o brasileiro faz o pagamento pelo QR code na maquininha, a conversão pela moeda local acontece na hora e o dinheiro já sai da conta dele.
Assim, se o varejista local tiver uma conta no Brasil, ele já recebe na hora. Se for uma parceria com uma empresa de câmbio, o pagamento pode ser feito em remessas.
O primeiro caso de uso entre a PagBrasil e a Verifone, comentado no início deste texto, funciona da seguinte maneira: o lojista americano insere o valor em dólar na maquininha e o pagamento por Pix é feito por QR Code. Ao escanear o código, o sistema faz a conversão da moeda. A cada transação, o consumidor paga uma taxa de IOF de 3,5%, e há uma taxa de até 3% para o lojista sobre as transações do Pix Internacional.
Qual é a diferença entre Pix Internacional e o Nexus?
O Nexus é uma iniciativa diferente do Pix Internacional, ele é mais abrangente e prevê uma conexão entre tecnologias de diferentes países para permitir as transferências internacionais.
Não há muitas informações sobre como funcionará esta modalidade, porém o BC já iniciou as discussões para viabilizar nos próximos anos.
Para essa conexão internacional, o BIS (Bank for International Settlements), também conhecido como “Banco Central dos Bancos Centrais”, está na liderança do projeto, para garantir a integração dos países que oferecem pagamentos instantâneos.
O principal desafio encontrado é conectar o SPI com os sistemas de pagamentos de outros países de forma estável e que funcione 24/7.
É possível fazer Pix internacional?
A tecnologia está em seu início, mas existe um caso para compartilhar: a Braza Bank, que permite que brasileiros paguem com Pix no Paraguai. Aqui relembramos ainda da PagBrasil, a fintech que proporcionou o Pix Internacional nos Estados Unidos, por meio da parceria com as maquininhas de pagamento da Verifone.
Outro case que pode ser mencionado como exemplo de aplicação é a UPI, tecnologia indiana de pagamento instantâneo que funciona de forma bastante parecida com o Pix. Hoje é possível que turistas indianos comprem ingressos para visitar a Torre Eiffel, em Paris, usando UPI e sua própria moeda.
A proposta é bem parecida, mas com Pix e para atender brasileiros. A oportunidade é grande justamente em lugares que recebem muitos turistas do Brasil.
Como habilitar Pix internacional?
Para habilitar, é preciso contratar uma tecnologia que permita o pagamento por Pix em QR Code na máquina de cartão de crédito.
Além disso, para o pagamento acontecer, a empresa recebedora precisa de um CNPJ e conta bancária no Brasil ou uma parceria com empresa de câmbio para possibilitar o recebimento.
Quais países têm Pix?
Hoje, o Brasil é o único país com Pix e a evolução de Pix Internacional vem para atender brasileiros em outros países.
Quais são as vantagens do Pix internacional?
Quando falamos do Pix internacional, é possível encontrar vantagens tanto para os pagadores quanto para os recebedores. Aqui estão alguma delas:
Experiência simplificada
O Pix já é considerado o meio de pagamento mais popular no Brasil. Em 2024, já havia superado o uso de cartão de débito, dinheiro em espécie, cartão de crédito e outras formas de pagamento, segundo dados do BC.
Ou seja, os brasileiros já estão mais do que habituados com a tecnologia. Possibilitar essa forma de pagamento durante viagens vai tornar a experiência internacional mais simples e familiar.
Menos taxas e fricções
Algumas opções disponíveis para viagem são o cartão de crédito ou cartões de débito pré-pagos. O que tende a ter mais taxas e exige mais etapas para que os pagamentos aconteçam.
Para alguém em outro país, seja como turista ou a trabalho, ter uma opção que permite usar o saldo em conta oferece uma experiência mais fluida.
Novo fluxo de remessa para recebedores
Para estabelecimentos internacionais que aderirem à tecnologia, isso significa maior adesão por parte de brasileiros, além de um novo fluxo de remessa.
Essa pode ser uma estratégia para aumentar a receita, principalmente em lugares populares entre brasileiros.
Os desafios do Pix Internacional
O potencial é bem grande, mas com ele surgem os desafios. O principal deles é a necessidade de acordos bilaterais para a viabilização.
Isso porque as empresas que querem receber em Pix, precisam de algum tipo de parceria com empresas de câmbio ou ter o CNPJ no Brasil. Esse pode ser um grande entrave para gerar escala.
Do ponto de vista tecnológico, o desafio é menor, pois a tecnologia já existe.
As oportunidades de negócio com o Pix Internacional
O Pix Internacional não é apenas uma nova funcionalidade de pagamento; é uma porta de entrada para novas receitas e um diferencial competitivo no mercado. Para as instituições que operam o Pix, as oportunidades se dividem em três grandes áreas:
1. Monetização e novos produtos: o Pix Internacional permite ir além das remessas tradicionais. Sua instituição pode desenvolver e oferecer produtos e serviços de câmbio integrados, como a emissão de QR Codes em moeda estrangeira ou até mesmo a criação de carteiras digitais multimoedas.
2. Retenção e fidelização de clientes: o Pix se tornou o meio de pagamento preferido do brasileiro. Ao estender essa familiaridade para o exterior, sua instituição oferece uma experiência de usuário sem atritos, que retém clientes e os fideliza por meio da inovação e da conveniência.
3. Expansão para mercados estratégicos: a funcionalidade de Pix para PDV (Ponto de Venda) em outros países cria um novo fluxo de receita para varejistas internacionais em destinos turísticos populares. Sua instituição pode ser a ponte para que essas empresas captem o alto volume de gasto dos brasileiros, fortalecendo parcerias comerciais internacionais e aumentando a sua participação de mercado.
A adoção ao Pix Internacional
Um fornecedor tecnológico para a adoção do Pix Internacional é a Matera.
Por aqui, temos a solução de Pix para PDV que se adequa a essa necessidade ao permitir a emissão de QR Codes e recebimento Pix com uma API fácil de usar e que pode ser implementada nos PDVs. Quer saber mais? Fale com o nosso time e entenda melhor!
FAQ
Perguntas frequentes sobre o Pix Internacional
O Pix Internacional foi desenhado para permitir que brasileiros façam transações em Pix ao viajar para outros países. Por exemplo, ao visitar a torre Eiffel, o brasileiro poderia comprar os seus ingressos com Pix. Seria uma forma de pagamento para clientes brasileiros em outros países.
Já existem dois casos em funcionamento do Pix Internacional: a Braza Bank, com solução para que brasileiros usem o meio de pagamento no Paraguai, e a PagBank com a Verifone que hoje permitem pagamentos via Pix em pontos de venda nos Estados Unidos.
O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos criado, regulamentado e gerido pelo Banco Central do Brasil e é usado somente em território nacional, entre contas brasileiras. Outros países possuem soluções semelhantes ao Pix, como o FedNow nos Estados Unidos e o UPI na Índia.
Nos Estados Unidos, o sistema de pagamentos instantâneos é chamado de FedNow. Ele foi lançado pelo Federal Reserve, o banco central americano e permite que transações sejam realizadas instantaneamente, a qualquer hora do dia, todos os dias da semana.
Atualmente, as transações internacionais são feitas por meio de plataformas especializadas em remessas internacionais, bancos tradicionais ou casas de câmbio. Esses métodos geralmente envolvem taxas de câmbio e prazos de transferência que podem variar.
Outra opção é o uso de stablecoins, como USDC, que sempre vale um dólar. Quando as Instituições Financeiras fizerem a adoção de stablecoins dentro da interface bancária, o que já é possível com Matera Digital Twin, será possível fazer transações internacionais com esses ativos digitais.
O Pix Internacional é o nome da iniciativa do Banco Central do Brasil para que brasileiros possam usar o Pix para pagar em outros países. O Nexus, por outro lado, é um projeto mais abrangente, liderado pelo Bank for International Settlements (BIS). O objetivo do Nexus é criar uma plataforma única para conectar sistemas de pagamento instantâneos de diferentes países, como o Pix do Brasil, facilitando as transferências globais.
A principal aplicação do Pix Internacional será para brasileiros que viajam para o exterior. Com ele, será possível pagar por produtos e serviços, como ingressos de atrações turísticas, em estabelecimentos que aceitem o Pix. A conversão da moeda será feita na hora, simplificando a experiência de viagem e eliminando a necessidade de dinheiro em espécie ou cartões de crédito.
O Pix já é a forma de pagamento mais popular no Brasil. Ao adotar o Pix Internacional, as instituições financeiras e empresas podem se posicionar como inovadoras, oferecer uma experiência mais simplificada para seus clientes e atrair um novo fluxo de receita. Além disso, a adesão a essa tecnologia pode ser uma estratégia para aumentar a competitividade em mercados que recebem muitos turistas brasileiros.