
O cenário financeiro mudou bruscamente nos últimos anos. Desde o lançamento do Pix e a popularização dos bancos digitais no Brasil, muitos aspectos se transformaram.
Segundo dados do Banco Central (BC), mais de 130 milhões de brasileiros têm contas em bancos que sequer tem uma agência física.
Esses fatores abrem diversas oportunidades de negócios no setor. Isso inclui a criação de instituições de pagamento (IP), muitas vezes confundidas com bancos digitais, a oferta de serviços financeiros por empresas de outros setores e inovações que visam democratizar e revolucionar o setor.
Se o seu objetivo atual é abrir um banco digital, vamos explicar o que é necessário e como se preparar!
O que é um banco digital?
Banco digital é uma instituição financeira que opera 100% online na interação com os clientes. Não existem agências e todo relacionamento e contratação de produtos financeiros acontecem no meio digital.
A principal diferença entre bancos digitais e instituições de pagamento é que os primeiros podem oferecer empréstimos, investimentos e outros serviços financeiros que envolvem a concessão de crédito. Enquanto isso, as IPs se limitam a contas transacionais, usadas para compras, transferências e recebimento de valores.
Como criar um banco digital?
Para criar um banco digital, é preciso estar em conformidade com as exigências e regras do BC. Por isso, é importante conhecer todos os passos previstos para garantir a boa operação.
1. Entenda seu objetivo ao criar um banco digital
Falando um pouco de modelo de negócio, é preciso entender qual é o objetivo ao criar o banco digital. O que a sua organização planeja atingir? Este é um processo complexo e as expectativas precisam estar alinhadas.
2. Saiba quais são seus diferenciais e público-alvo
O mercado financeiro está aquecido e são muitas opções de soluções financeiras. É preciso saber como se posicionar neste cenário, entendendo quais são os diferenciais, quem você quer atingir e o que a audiência vai encontrar em sua plataforma que não encontrará em outros.
O principal ponto ao estruturar um banco digital é definir e conhecer muito bem o seu nicho – entendendo com clareza a sua cadeia de valor e trabalhando para oferecer um diferencial.
É muito importante poder testar rápido: colocar uma solução no ar em pouco tempo, verificar o resultado e eventualmente poder pivotar. Ter essa agilidade de entender quem você está atendendo, como está atendendo e levar a solução com o fit perfeito é o que vai fazer a diferença. Muitos dos casos bem-sucedidos se basearam nisso - conseguiram levar com muita competência uma solução com um diferencial para um público que era mal atendido pelos players tradicionais.
3. Encontre um fornecedor tecnológico
Para fazer a gestão da operação bancária, é necessário uma tecnologia de alta performance, garantindo a estabilidade, agilidade e experiência fluida aos clientes. Isso exige uma escolha: criar uma infraestrutura tecnológica e se responsabilizar pela sua gestão ou contratar uma plataforma.
Dependendo da oferta que quiser oferecer, pode optar por embedded finance, BaaS ou outro tipo de tecnologia SaaS.
4. Conheça as exigências regulatórias
Para criar um banco digital, você precisa de uma autorização do Banco Central, a Resolução 4.970/2021 do CMN é uma das bases regulatórias e que disciplina os processos para a atuação no sistema financeiro brasileiro.
O BC regulamenta diferentes tipos de fintechs, dependendo do serviço que irão oferecer: Instituições de Pagamento (já descritas), Sociedade de Crédito Direto (SCD), que realiza empréstimos e financiamentos online usando capital próprio, e Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), que intermedeiam empréstimos entre indivíduos.
Dentro da conformidade regulatória e governança, ao criar um banco digital é preciso prever:
- Políticas de governança e risco: as instituições devem criar e documentar uma política de governança, com responsabilidades claras para os administradores. Essa política deve ser aprovada pelo Conselho de Administração (ou estrutura equivalente), revisada a cada dois anos, e contar com uma gestão composta por no mínimo três administradores, com mandatos de até quatro anos.
- Gerenciamento de riscos: ter processos bem definidos, incluindo riscos operacionais, de crédito, de mercado, de liquidez, entre outros.
- Prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
- Relatório de prestação de contas: é necessário enviar regularmente informações e demonstrações financeiras ao Banco Central, além de informações relativas a clientes e representantes legais ao Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS).
5. Crie uma rede de parceiros
Montar um banco digital é algo convidativo e traz grandes oportunidades, mas se torna cada vez mais importante que o empreendedor se cerque de parceiros que possam agregar o conhecimento que falta.
Você tem uma boa ideia e uma cadeia de valor interessante para explorar? Vale muito a pena investir. E mesmo que não conheça o mercado com profundidade, cerque-se de parceiros e empresas que possam auxiliar a preencher essas lacunas e impulsionar sua fintech.
Serviços esperados em banco digital
Um banco digital, de acordo com sua classificação, oferece serviços essenciais como:
- Conta digital/ Conta de pagamento
- Pix
- Pagamento de contas e boletos
- Cartão de débito e/ou crédito e cartão virtual
- Saques
- Consulta de extrato
Como serviços adicionais, bancos digitais podem oferecer modalidades de crédito e financiamento, investimentos, recarga de celular e bilhete único, cashback, programa de pontos, seguro e integração com open finance.
Qual é o atual cenário do mercado de bancos digitais?
Após um crescimento exponencial nos últimos anos, o cenário atual de 2025 pode ser descrito como maduro e de intensa competição com os bancos tradicionais.
Estamos em um momento de consolidação e busca por rentabilidade, o que envolve a diversificação de receita. Paralelamente, os bancos tradicionais buscam a modernização, intensificando essa concorrência.
O foco agora, do setor como um todo, está na tecnologia para a inovação na entrega aos clientes, com o uso de IA, operação na nuvem, transações financeiras de alta performance, alta disponibilidade e com suporte a multi moedas, utilizando a camada Digital Twin, iniciativas tecnológicas para cibersegurança e muito mais.
Então, ao entrar neste mercado, criando o seu banco digital, é preciso estar preparado para toda a competitividade e expectativas acerca deste setor.
BaaS e SaaS na criação de um banco digital
Fazendo um paralelo com carros, o BaaS (Banking as a Service) é como o Uber: ideal caso você precise ir do ponto A ao B sem se preocupar em abastecer, dirigir ou fazer a manutenção do veículo. Você contrata uma solução que serve para validar uma hipótese, especialmente se ainda não tem porte para montar uma fintech do zero, compartilhando a estrutura de um fornecedor já estabelecido.
No caso do SaaS, a gente pode pensar em um carro alugado. Não é preciso comprar o veículo ou se preocupar com a manutenção, mas você é responsável por conduzir e abastecer. Ou seja, a instituição está em um segundo momento onde o seu modelo de negócios já ganhou tração, mas ainda há uma empresa terceirizada que cuida da infraestrutura de tecnologia e dos sistemas. A manutenção, a aquisição e os impostos não são de sua responsabilidade, mas já é um grau mais elevado de comprometimento.
Soluções Matera para criar um banco digital
A Matera é referência em core banking e temos o compromisso de criar soluções seguras, robustas e inovadoras para as instituições que querem liderar o mercado. Por isso, se você quer criar um banco digital, nós temos a tecnologia para você atingir os seus objetivos.
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