
Conteúdo escrito por: Alexandre de Oliveira, Diretor da BU de Riscos Matera.
Nos textos anteriores desta série:
- Novo Requerimento de Capital para Risco Operacional em Basileia III
- Risco Operacional e Capital Regulatório para Instituições S3
- Bancos S3: Guia da Resolução 356 e Circular 3.979
- Novo requerimento mínimo de capital em Risco Operacional: mudanças e impactos para instituições S3
Abordamos a necessidade de estruturação da Base de Perdas Internas em Riscos Operacionais de forma aderente aos requerimentos regulatórios constantes da Circular Nº 3.979, de 30/01/2020, e enviada ao Banco Central através do CADOC 5050 (DRO), além de seus potenciais efeitos no capital regulatório das instituições, através do Multiplicador de Perdas Internas (ILM), em função da Resolução BCB Nº 356, de 28/11/2023.
Também mostramos que o próprio indicador de exposição das abordagens anteriores foi substituído por um indicador ponderado de negócios unificando os métodos anteriores.
Muito mais aderente aos riscos decorrentes do modelo de negócios da instituição, vimos que não é claro o impacto dessa mudança no capital das instituições, devendo ser analisado de forma aprofundada em cada caso.
Devido a essas mudanças, a qualidade da base interna de perdas da instituição e sua aderência aos requerimentos regulatórios do DRO são fundamentais para a validação do ILM, que pode ser considerado um pilar na captura de benefícios ao capital das instituições do S3. Para que esses benefícios se concretizem, no entanto, é preciso enfrentar alguns desafios práticos relevantes:
Dados dispersos e mapeamento insuficiente
A dispersão de dados em planilhas e a falta de detalhamento no mapeamento COSIF dificultam a segregação das perdas operacionais e o tratamento adequado para atender aos requisitos normativos.
Taxonomia e novos vetores
A aplicação da taxonomia N1/N2, a inclusão dos vetores ESG/Cyber e a documentação probatória de eventos representam desafios adicionais para a estruturação do DRO.
Governança da informação
A validação anual, a trilha de aprovação e a manutenção de evidências são aspectos fundamentais para garantir a qualidade das informações e atender às exigências regulatórias.
Processo contínuo de gestão
Embora o DRO deva ser remetido semestralmente ao Banco Central, é necessário que a instituição mantenha um processo contínuo de gerenciamento de riscos operacionais, normalmente com periodicidade mensal para levantamento e análise das perdas, considerando as informações internas.
Sem endereçar essas questões, a instituição tende a permanecer com ILM=1 perdendo a oportunidade de reduzir capital.
Por essas e outras razões, entendemos que é estrategicamente mais relevante contar com uma empresa que, além de oferecer uma solução estruturada para coleta, tratamento e remessa das informações ao supervisor, totalmente aderente aos requerimentos regulatórios , possa apoiar sua instituição na implantação do DRO, contando com uma equipe experiente e casos práticos de implementações bem-sucedidas.
Por que optar por uma solução de mercado?
Em nossa experiência, contar com uma solução estruturada de mercado que permita a implantação de uma base de perdas aderente aos requisitos regulatórios, suportada por uma equipe experiente neste assunto, e integrável ao processo de apuração dos requerimentos de capital em risco operacional com a solução de DLO mais robusta do mercado pode ser decisivo para o sucesso dessa virada regulatória na instituição.
Dentre os principais aspectos que sustentam esse entendimento, podemos citar:
- Compliance contínuo em conformidade com as evoluções das regras do SMA e em linha com a interpretação do mercado como um todo sobre os requerimentos;
- Controles de vigência, segurança de informação e armazenamento histórico de informações em linha com os requerimentos regulatórios facilitando a recuperação tempestiva de informações para atendimento rápido de auditorias e supervisão;
- Memória de cálculo evitando solução do tipo “caixa-preta” englobando toda a inteligência para aplicação dos requerimentos regulatórios relativos ao DRO, exclusões de pagamentos, aplicação de caps e floors onde for necessário, progressão do BIC e phase-in já embarcados e versionados;
- Integração nativa com CADOCs 4010/3040 em suas diferentes visões, reconciliações, implementação evolutiva de críticas do Banco Central e trilhas de auditoria;
- Maior previsibilidade de investimento, pois, ao invés de um CAPEX incerto com um OPEX variável em uma estratégia de desenvolvimento interno, a instituição troca por um OPEX contratual estável contemplando licença, suporte e atualizações regulatórias. Além de reduzir o risco de um longo e incerto cronograma de implantação hoje e no futuro;
- Regulatório‑by‑design: atualizações ágeis (SMA, ILM, layouts), testes de regressão e versionamento de regras;
- Governança e evidência: integridade e consistência de dados, reconciliação contábil versus regulatório;
- Dashboard para análise de perdas;
- Transparência e simulação: drill‑down por ILDC/SC/FC, what‑if de ILM para comitês.
Esses pontos mostram que mesmo instituições que tenham um potencial de redução de capital a partir de seu indicador de negócios precisam ter clareza que a maior aderência ao risco operacional, por si só, traz maior complexidade para o desenvolvimento e manutenção evolutiva de soluções internas o que pode se desdobrar em maior custo e risco de observância regulatória.
Proposta de Valor
De forma bastante objetiva, nossa proposta de valor engloba:
- DRO: captura, taxonomia e governança da base de perdas internas de forma aderente aos requerimentos de qualidade das informações prevista na regulação e prontos para validação;
- DLO: apuração mensal do BIC com todos parâmetros regulatórios vigentes em cada momento e consolidação do RWAopad com phase‑in com memória de cálculo e críticas do BC para remessa e armazenamento histórico, dentre outros.
Resultados:
- menos risco de findings: menor probabilidade e gravidade de apontamentos de auditoria e supervisão sobre dados, regras e evidências;
- menor time‑to‑compliance: regras prontas e versionadas e mapeamentos COSIF pré-modelados, validações e reconciliações automáticas, logs e trilha de auditoria;
- otimização de capital onde houver espaço.
Em síntese, acreditamos que dados de qualidade somados a um método sólido de implantação e manutenção evolutiva se transformam em vantagem competitiva para nossos clientes.
Por isso, integrar DRO com DLO em uma plataforma de mercado estruturada, que atende a todos os segmentos prudenciais, acelera a conformidade, reduz custos e libera a agenda da equipe para análise e decisão.
Vamos conversar?